quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Vende-se energia feita em casa

Revista Época
25/02/2013


No ano passado, o arquiteto José Ripper Kos participou de uma competição internacional para construir uma casa que consumisse a menor quantidade de energia. Depois do concurso, decidiu instalar em sua casa um sistema de energia solar. Kos optou por painéis fotovoltaicos (que geram energia pela luz do sol).

Agora, pedirá à distribuidora de energia de sua região uma compensação pela eletricidade que ele gera e coloca na rede.

Ele deverá economizar cerca de It$ 150 por mês, graças a uma nova regra da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula a arca de energia. A resolução, em vigor desde dezembro, permite que os consumidores forneçam a energia que sobra de seus painéis solares e ganhem créditos na conta de luz.

Os painéis solares fotovoltaicos geram energia apenas de dia, sob o sol. É muito caro usar baterias para armazenar a energia e usá la à noite, quando o consumo é maior. Por isso, parte da energia é perdida.

Agora, com a nova regra, quem tem painéis fotovoltaicos em casa pode repassar para a rede da distribuidora a energia que não usa. Ou até toda a energia que gera. Se você consome 100 quilowatts/hora por mês, mas gera 90 quilowatts hora, pagará apenas 10 quilowatts hora.

Se gera mais do que consome, ganha créditos para usar depois. Funciona como um plano de acúmulo de milhas. Os créditos podem ser repassados para outro imóvel com o mesmo CPF ou CNPJ. O custo para instalar os painéis ainda é alto, mas a tendência é que diminua.

Também é preciso investir cerca de R$ 1.500 num aparelho, o medidor bidirecional, que conta quanto a casa consome de energia e quanto ela exporta para a rede.

A partir dos dados medidos por esse aparelho e da tarifa de energia naquela região e naquele horário, a distribuidora calcula o valor do crédito que o consumidor receberá.

Em São Paulo, uma casa com três a quatro pessoas consome cerca de 200 quilowatts hora. É possível gerar isso com um sistema de placas solares de 2 quilowatts de potência.

Com o medidor bidirecional, o sistema todo custa por volta de R$ 15.500. Fora a mão de obra para a instalação. A energia devolvida à rede pode representar uma economia de R$ 100 por mês.

O investimento na placa solar seria pago em sete a dez anos. Parece muito tempo, mas um aparelho desses tem vida útil de 40 anos. São praticamente três décadas de lucro. "Popularizar o uso de energia solar reduz a emissão de poluição, as perdas de energia nas linhas de transmissão e o uso de água"; diz Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal, voltado para a promoção da energia solar. É ecológico e econômico.

Fontes: Empresa Brasileira de Energia Solar (EBES), CPFL Energia, Greenpeace, Aneel, UFSC

Nenhum comentário:

Postar um comentário