Revista Época
25/02/2013
No ano passado, o arquiteto José Ripper Kos participou de uma competição
internacional para construir uma casa que consumisse a menor quantidade de
energia. Depois do concurso, decidiu instalar em sua casa um sistema de energia
solar. Kos optou por painéis fotovoltaicos (que geram energia pela luz do
sol).
Agora, pedirá à distribuidora de energia de sua região uma compensação pela
eletricidade que ele gera e coloca na rede.
Ele deverá economizar cerca de It$ 150 por mês, graças a uma nova regra da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula a arca de energia. A
resolução, em vigor desde dezembro, permite que os consumidores forneçam a
energia que sobra de seus painéis solares e ganhem créditos na conta de luz.
Os painéis solares fotovoltaicos geram energia apenas de dia, sob o sol. É
muito caro usar baterias para armazenar a energia e usá la à noite, quando o
consumo é maior. Por isso, parte da energia é perdida.
Agora, com a nova regra, quem tem painéis fotovoltaicos em casa pode repassar
para a rede da distribuidora a energia que não usa. Ou até toda a energia que
gera. Se você consome 100 quilowatts/hora por mês, mas gera 90 quilowatts hora,
pagará apenas 10 quilowatts hora.
Se gera mais do que consome, ganha créditos para usar depois. Funciona como
um plano de acúmulo de milhas. Os créditos podem ser repassados para outro
imóvel com o mesmo CPF ou CNPJ. O custo para instalar os painéis ainda é alto,
mas a tendência é que diminua.
Também é preciso investir cerca de R$ 1.500 num aparelho, o medidor
bidirecional, que conta quanto a casa consome de energia e quanto ela exporta
para a rede.
A partir dos dados medidos por esse aparelho e da tarifa de energia naquela
região e naquele horário, a distribuidora calcula o valor do crédito que o
consumidor receberá.
Em São Paulo, uma casa com três a quatro pessoas consome cerca de 200
quilowatts hora. É possível gerar isso com um sistema de placas solares de 2
quilowatts de potência.
Com o medidor bidirecional, o sistema todo custa por volta de R$ 15.500. Fora
a mão de obra para a instalação. A energia devolvida à rede pode representar uma
economia de R$ 100 por mês.
O investimento na placa solar seria pago em sete a dez anos. Parece muito
tempo, mas um aparelho desses tem vida útil de 40 anos. São praticamente três
décadas de lucro. "Popularizar o uso de energia solar reduz a emissão de
poluição, as perdas de energia nas linhas de transmissão e o uso de água"; diz
Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal, voltado para a promoção da energia
solar. É ecológico e econômico.
Fontes: Empresa Brasileira de Energia Solar (EBES), CPFL Energia, Greenpeace,
Aneel, UFSC
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