Monitor Mercantil
16/04/2013
A energia eólica respondeu, em 2012, por 2% da matriz elétrica do país, ao
ter sua capacidade instalada em 108 parques alcançado 2,5 gigawatts (GW),
crescimento de 73% em relação a 2011. Segundo o balanço anual divulgado nesta
segunda-feira pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), do
total, o equivalente a 1,3 GW é resultado de incentivos do Programa de Incentivo
às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), primeira fase de
implantação da energia no país; e 1,2 GW compõe o Leilão de Reserva (LER 2009),
que corresponde a uma segunda fase.
Segundo a Abeeólica, 622 megawatts (MW) que fazem parte da segunda fase estão
fora de operação, sem linha de transmissão, em dois parques localizados no Rio
Grande do Norte e dois na Bahia.
Em média, 7,5 milhões de brasileiros receberam, por mês, a energia gerada
pela fonte eólica em 2012. Essa média considera residências de famílias com três
moradores. Até o final deste ano, a expectativa da Abeeólica é que a capacidade
instalada em todo o país chegue a 6,05 GW, alcançando até 2017 os 8,8 GW.
O Fator de Capacidade (FC) da fonte eólica em 2012, que é a proporção entre a
geração efetiva das usinas e a sua capacidade total, foi 33% na média. Entre as
usinas de primeira fase, a média foi 27%, enquanto na segunda fase, o percentual
subiu para 54%.
A presidenta executiva da Abeeólica, Elbia Melo, disse que fatores como o
avanço tecnológico dos aerogeradores, o modelo de leilão competitivo e o melhor
entendimento do Brasil sobre aproveitamento dos ventos foram as principais
razões para o aumento do desempenho das usinas de segunda fase.
Enquanto os primeiros parques eólicos utilizam aerogeradores de 600 quilowatt
(kW) e têm 48 metros de altura, os mais novos usam equipamentos com potência de
3 MW e altura de 100 metros. Os aerogeradores transformam a energia eólica em
energia elétrica. "Isso mostra o quanto nós estamos com um modelo de gestão
eficiente de energia eólica e acaba desmistificando aquilo que se dizia no
passado, de que a fonte eólica é instável, que não contribui para o sistema",
declarou.
A geração realizada pelos parques eólicos bateu recorde histórico em outubro,
chegando a 771 MW em média. "Foi justamente esse período que o sistema estava
precisando, porque nós estávamos esperando o período úmido para encher os
reservatórios e isso não aconteceu, houve um atraso das chuvas. No momento em
que estava seco, a eólica gerou e contribuiu para o sistema. Isso é muito
interessante, isso demonstra a complementaridade entre as fontes hidrelétrica e
eólica", disse Elbia à Agência Brasil.
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